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A sexualidade juvenil ganha hoje o estatuto de problema público, que motiva a implementação em meio escolar da educação sexual por forma a que a (re)produção de condutas sexuais que recortem perigos para a saúde física e/ou emocional dos jovens possa ser evitada. A par de problema público, a educação sexual também é um problema político, pois se por um lado há um certo consenso social de que estes problemas merecem uma intervenção educativa organizada, por outro, despontam divergências quanto aos processos que esta envolve, a amplitude e profundidade dos seus efeitos e até os espaços sociais onde deve ocorrer.A escola pública e as famílias são instituições onde, ora se articulam, ora se litigam, valores, saberes e responsabilidades sobre a educação sexual. Com efeito, apesar das políticas educativas apontarem resolutamente para uma dinâmica de articulação entre estas instituições, algumas ?desafinações? surgem em forma de dilema e controvérsia. Para tal confluem duas gramáticas: uma de feição pública, próxima das questões relativas a valores culturais e morais sobre a sexualidade, levando ao questionamento dos limites da intervenção socializadora da escola neste âmbito; outra de índole mais intimista, próxima do mundo familiar, que assenta em apegos pessoais e vínculos afetivos, e neste caso importa questionar aquilo que se entende como uma tirania do próximo.Através de entrevistas realizadas a pais e professores, procuramos responder a uma questão estruturante: que entidade tem autoridade, responsabilidade e arcabouço para levar a cabo a educação sexual dos jovens escolares: escola, família ou ambas?
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