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O artigo se insere no âmbito dos estudos sobre políticas educacionais, notadamente sobre as políticas de avaliação da pós-graduação em Educação, intensificadas no Brasil, na década de 1990, com a reforma educacional de matriz neoliberal. Busca-se analisar os processos de interpretação e tradução da política pelos Programas de Pós-Graduação em Educação que, na avaliação do triênio 2010, emergiram do conceito 5 para 6, alcançando o patamar de excelência, equivalente ao dos centros internacionais de pesquisa na área. Trata-se de pesquisa documental, cujas fontes de análise são documentos produzidos:1) pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior ? CAPES, vinculada ao Ministério da Educação e responsável pela regulação das políticas de pós-graduação no Brasil; 2) pelos Programas de pós-graduação e postados no sistema de coleta CAPES, nos anos que compuseram a avaliação trienal 2010 (2007-2009). Os documentos estão disponíveis no site da CAPES e são de acesso livre. O estudo tem como base teórico-metodológica, a teoria da interpretação/tradução da política no contexto da prática (Theory of policy enactment) proposta por Ball, Maguire e Braun. Os resultados indicam que a política de avaliação, mesmo que altamente delimitada e configurada por rígidos critérios e padrões internacionais não é simplesmente implementada ? linear e acriticamente ? no contexto da prática. Nos limites consentidos, nos variados contextos relacionais envolvidos, os atores produzem uma leitura ativa dos textos da política, que se transforma em objeto de recontextualização, reconfiguração e tradução.
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